segunda-feira, 2 de agosto de 2010

O rei vai nu e nós também !!!

Era uma vez um rei muito vaidoso e que gostava de andar muito bem vestido.
Um dia vieram ter com ele dois trapaceiros que lhe falaram assim:
- Majestade, sabemos que o senhor gosta de andar sempre muito bem vestido - bem vestido como ninguém; e bem o merece! Descobrimos um tecido muito belo e de tal qualidade que os tolos não são capazes de o ver. Com uma roupa assim Vossa Majestade poderá distinguir as pessoas inteligentes das tolas, parvas e estúpidas que não servirão para a vossa corte.
- Oh! Mas é uma descoberta espantosa! - respondeu o rei. Tragam já esse tecido e façam-me a roupa; quero ver as qualidades das pessoas que tenho ao meu serviço.
Os dois homens tiraram as medidas e, daí a umas semanas, apresentaram-se ao rei dizendo:
- Aqui está a roupa de Vossa Majestade.
O rei não via nada, mas como não queria passar por tolo, respondeu:
- Oh! Como é bela!
Então os dois aldrabões fizeram de conta qua estavam a vestir a roupa com todos os gestos necessários e exclamações elogiosas:
- O senhor fica tão elegante! Todos o invejarão!
Como ninguém da corte queria passar por tolo, todos diziam que a roupa era uma verdadeira maravilha. O rei até parecia um deus!
A notícia correu toda a cidade: o rei tinha uma roupa que só os inteligentes eram capazes de ver.
Um dia o rei resolveu sair para se mostrar ao povo. Toda a gente admirava a vestimenta, porque ninguém queria passar por estúpido, até que, a certa altura, uma criança, em toda a sua inocência, gritou:
- Olha, olha! O rei vai nu!
Foi um espanto! Gargalhada geral. Só então o rei compreendeu que fora enganado. Envergonhado e arrependido da sua vaidade, correu a esconder-se no palácio.
A presente história continua actual, e apesar de não termos monarquia, temos quem exerça os poderes que antes pertenciam a essa classe.
Aqui pelo nosso “burgo”, infelizmente, não anda só o Rei, mas aparentemente a população toda vai nua.
A todos foi vendido o sonho que de há uns anos para cá se tornou um pesadelo. Em Lagos houve quem tudo quisesse fazer, construiu-se, comprou-se, vendeu-se, prometeu-se pediu-se emprestado, contratou-se , avençou-se, sem olhar ao dinheiro que havia para gastar.
Lagos durante os últimos oito anos, alimentou tudo e todos os que tiveram “engenho” ou a “fortuna” de conseguir “vender” a quem manda, tudo e mais alguma coisa, mesmo que não fosse necessário ou até em determinados casos mesmo sendo desnecessário.
Hoje olhamos para trás e para o que gastamos e para aquilo que estamos e vamos pagar e sabemos que não vamos ter dinheiro para pagar os desideratos daqueles que vaidosamente se acharam melhores que todos os outros….
A este propósito sempre poderemos fazer uso de uma lenda lacobrigense:
“ Quanto mais longe mais loze” (forma deturpada de conjugar o verbo luzir)

(*P.S. - o problema é que também já nem "lozem")



(O Rei vai nu é um conto de Hans Christian Andersen )

Sexo, Álcool, Drogas e Violência = Lagos



O verão é sem duvida um periódo essencial para quem vive e trabalha no Algarve e em Lagos não era diferente de outros destinos turísticos algarvios, ou melhor dizendo, Lagos não deveria ser diferente dos outros destinos algarvios, contudo, de ano para ano as diferenças têm vindo a revelar-se em crescendo, e aquilo que em tempos foi uma das melhores cidades para passar férias no Algarve,  desfrutando de salutar ambiente familiar, com boa comida e segurança, está a tornar-se de ano para ano no novo “Farwest”.
Haverá sempre aqueles que dirão que não, que nem pensar, que é um exagero, mas já que por reflexo irreflectido o afirmam, convido-os a fazerem um pequeno passeio nocturno por algumas das ruas do nosso centro histórico, para testemunharem in loco, aquilo em que se tornou.
Assim, a partir da 03:00, poderão passar pelas Ruas Cândido Reis,  Lançarote Freitas, Gil Vicente, 1º de Maio,  Prof. Luís Azevedo, Mendonça Pessanha, Rua das Cruzes e Travessa do Mineiro, percorrendo o que hoje é designado como o "Roteiro Negro". Nestes espaços outrora pitorescos, poderá encontrar-se tudo aquilo que porventura, jamais alguém pensou encontrar nesta cidade. Ás claras as droga fluem, a violência gratuita e o vandalismo floresce, sempre acompanhado de libidinosas cenas em plena rua. Nada falta!
Àqueles com responsabilidades que afirmam “querer turismo de qualidade”, apenas posso responder que hoje o que temos é uma pequena Sodoma decadente, onde diariamente centenas de jovens deliquentes que não têm lugar em sítio algum, porque só em Lagos lhes deixam fazer o que querem, conspurcam o ambiente social, provocando graves prejuízos à nossa imagem como destino turístico, e grandes incómodos aos residentes.
A anarquia reina nestas zonas, onde a pacatez de outrora se esvaneceu, a situação é tão grave, que há poucos dias em duas das mais conceituadas artérias locais,  nomeadamente  nas Ruas 25 de Abril e Silva Lopes , ocorreu uma verdadeira batalha campal, sendo que a rixa acabou quase com a invasão da própria esquadra da PSP, situação que nos fará perguntar como será quando esta abandonar o centro da cidade.
Seria cínico se rejubilasse com o facto, mas há muito que temos alertado para o problema da segurança, e da necessidade premente de promover a adequada e séria certificação e fiscalização das diversas ofertas turísticas existentes no centro histórico, mas, como cínico não sou, nem tenho pretensões de o ser, só me resta continuar a alertar na esperança de quem de direito assuma a responsabilidade, de pôr cobro à situação a bem da população e da economia.
Imediatamente e com o intuíto de "sacudir a água do capote", dirse-á ser um "caso de polícia", e infelizmente já o é, mas a questão de fundo reside numa completa falta de estratégia. Mas já nada me espanta é apenas mais um clamoroso fracasso a juntar aos demais.