quinta-feira, 22 de julho de 2010

É uma espécie de Maratona ou o tempo de mudar já.

A maratona é a mais longa, desgastante e uma das mais difíceis e emocionantes provas do atletismo olímpico. É disputada na distância de 42 195 m (42,195 km) desde 1908. É tradicionalmente o último evento dos Jogos Olímpicos de Verão.
No ano de 490 a.C. quando os soldados atenienses partiram para a planície de Marathónas para combater os Persas na Primeira Guerra Médica, as mulheres de Atenas ficaram ansiosas pelo resultado, porque os inimigos jurararam que, depois da batalha, marchariam sobre Atenas, violariam as mulheres e sacrificariam os seus filhos. Ao saberem dessa ameaça, os gregos deram ordem às suas esposas para, se não recebessem a notícia da sua vitória em 24 horas, matar seus filhos e, em seguida, suicidarem-se.
Os gregos ganharam a batalha, mas a luta levou mais tempo do que haviam pensado, de modo que temeram que elas executassem o plano. Para evitar isso, o general grego Milcíades ordenou a seu melhor corredor, o soldado e atleta Filípides, que corresse até Atenas, situada a cerca de 42 km dali, para levar a notícia. Filípides correu essa distância tão rapidamente quanto pôde e, ao chegar, conseguiu dizer apenas "vencemos", e caiu morto devido ao esforço.
A distância que hoje separa os cidadãos daqueles que governam, parece ser a distância de uma maratona.
Hoje ao contrário daquilo que alguns falam, pensam e escrevem, o que os cidadãos sentem é um distanciamento e alheamento em relação a quem os “governa”.
Essa distancia é alicerçada, não somente em questões sociais , culturais, étnicas, religiosas mas também pelo facto de  aqueles que governam não actuarem a favor dos cidadãos.
E quando digo isto não tenho qualquer intenção de estigmatizar os governantes no sentido de apenas estarem interessados em governarem-se a si próprios, mas antes aquilo que é o sentimento generalizado da população, que os governantes não estão capacitados para fazerem face aos desafios que hoje nos são colocados.
Assim, poderá dizer-se que um dos maiores problemas é o desfasamento dos governantes em relação á realidade actual.
Presentemente, os desafios, os sistemas e consequentemente as soluções, são diferentes daquelas que os poderes instituídos estiveram habituados a utilizar.
Assim, uma das conclusões a que podemos chegar, é que um dos factores decisivos para ultrapassarmos os desafios que nos são postos, passa por aqueles que nos governam estarem imbuídos da realidade sobre a qual actuam.
Por outras palavras poderia dizer que é essencial que aqueles que governam sejam parte da realidade sobre a qual têm de trabalhar. Caso contrário são comprovadamente uma das causas para a situação actual.
E para que tal seja verdade, aqueles que governam terão de estar livres de concepções preconceituosas, que anteriormente eram utilizadas de forma genérica como soluções e que hoje não têm quaisquer efeitos sobre os problemas que nos assolam, aliás, até os agravam.
“Esse objectivo só é atingível se uma nova geração de governantes aparecer e  seja composta por indivíduos que tenham um conhecimento por experiência pessoal da presente realidade, e que por consequência saibam como fazer face aos desafios propostos sem se perderem em dogmas políticos ou concepções rígidas.”
Parte da solução poderá estar no conflito de gerações do qual para bem de todos deverá emergir uma nova classe de governantes/políticos que sejam um reflexo das actuais circunstancias e realidade de modo a trabalhar as mesmas a favor da comunidade.
Até no nosso pequeno Algarve temos exemplos deste despoletar geracional do qual emergiram novos interlocutores que aplicam novos conceitos e declaradamente encerram em si novos desafios e soluções para os problemas das suas comunidades ( Vila Real de Santo António, Vila do Bispo e Monchique são exemplos).
Assim a bem do futuro de todos, há que tão rápido quanto possível cortar a distância que nos separa da realidade, não tenham dúvidas que teremos de percorrer diversas "maratonas", porque se não as fizermos corremos o risco de ficar atolados e condenados pela pouca visão de alguns que um dia imaginaram um pais, uma região, uma cidade que apenas existia na cabeça daqueles que nunca viveram a realidade, mas apenas a miragem de uma ideia e de um conceito que tem espaço somente nos livros e nos pensamentos, mas não na "VIDA REAL". 

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